Remando no final do dia, lembranças maravilhosas... P.S.: Sou eu remando! |
Por: Cristiane Laura de Souza - Mãe,
advogada, escritora, consultora de estilo e uma balzaquiana absolutamente
apaixonada pela vida.
Passar alguns dias em
Rio das Ostras, cidade do Estado do Rio de Janeiro, foi transformador.
A cidade, que fica cerca
de duas horas da capital, é charmosa e possui toda a estrutura que um turista
precisa. Passeamos também no entorno: Arraial do Cabo e Búzios, por exemplo,
mas voltar à Rio das Ostras era o nosso deleite.
Lá experimentei o SUP (Stand
up paddle) que consiste em remar em pé sobre uma prancha de surf. O esporte
exige equilíbrio, um pouco de força e te dá muita, muita, mas muita sensação de
liberdade. Remar no mar é maravilhoso.
Mas não foi o esporte
que me encantou em Rio das Ostras, mas alguns seres humanos que vivem do SUP
naquela cidade.
Ocupada demais com a minha
rotina, com a cotação do euro e do dólar, com as taxas de juros, os índices de
percepção da corrupção, deixei de olhar a vida como essas pessoas veem.
Logo no primeiro dia
fui apresentada aos meninos de uma das barracas de SUP da Praia da Boca da
Barra. Meu filho e o filho de um amigo receberam coletes salva vidas e logo já
éramos uma irmandade, todo mundo ajudando a "olhar as crianças".
Os donos do negócio e
seus funcionários são jovens rapazes e moças, que além de buscar sucesso
profissional, querem qualidade de vida, cuidam do meio ambiente e, ainda, mudam
o meio social que os cercam.
Para isso, criaram uma
ONG, uma escolinha de SUP para atender as crianças carentes da região. As aulas
são divididas em teoria sobre a preservação do meio ambiente e a prática do
esporte em si, tudo sem nenhum custo.
Naquele lugar, vi mais,
muito mais que negócios de turismo, vi e senti pessoas. Elas se preocupam com as
pessoas e com o lugar onde vivem e fazem a sua parte para transformar o que não
é bom.
Outra figura que me
impressionou foi Miguelzinho - homem magro e franzino, que outrora fora um
executivo de sucesso, deixando tudo e voltando às suas raízes da juventude como
professor de artes marciais. Hoje ele vive em uma pequena casa, em frente à
praia e trabalha como personal trainer
(claro que na praia, neh... rs). Logo que fomos apresentados ele disse:
- Me desculpe a
sinceridade, mas já vi que você é do "balacobaco".
Dei uma bela risada.
Ficamos amigos e fizemos alguns treinos correndo na areia, na água, abdominais
e outras formas de tortura que Miguelzinho bem sabe fazer.
E, apesar de ter
recebido convites para me hospedar em suas casas, não pude ficar mais. Mas
trouxe comigo belas pitadas de humanidade, de cuidados com o outro, de
receptividade e de qualidade de vida.
Trouxe na mala novas
energias para lutar por um mundo melhor.
Saudades daquela gente.
Saudades da prancha, do remo e do por-do-sol mais lindo que já vi na vida.
Rio das Ostras - Rio de Janeiro/Brasil,
certamente me terás novamente.
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