Cristiane Laura de Souza - advogada, servidora pública,
amante da moda, curiosa da alma humana.
importância das mangas, a sugestividade
das unhas dos polegares ou as grandes questões
que podem sair de um cadarço"
Sherlock
Holmes para Watson
in Um
caso de identidade
Parece
bobagem, mas não é! Apresentar-se adequadamente no ambiente de trabalho faz
muita diferença.
David
Givens, no livro “A linguagem corporal no trabalho”, diz que "no trabalho, o vestuário pode criar ou
destruir a sua persona. Persona é o papel que o seu exterior desempenha no
trabalho, em oposição ao que você revela sobre o seu eu interior após o
expediente".
O
famoso estilista brasileiro Alexandre Hercovitch também deu o seu palpite,
afirmando que "Roupa é um assunto
que pode ter suas funções simplificadas: pode tanto servir para atender às
convenções sociais quanto para cobrir partes do corpo ou proteger de variações
climáticas, como chuva, frio, calor... Mas o que nos interessa aqui é desvendar
a outra face da moeda. A roupa como comunicação, como meio de marcar posição,
reforçar costumes e valores..." (in
Cartas a um jovem estilista).
Mas
não é só da vestimenta a que estamos nos referindo, falamos de moda e o seu conceito,
como muito bem registra João Braga "...é
modo, é maneira, é comportamento..." (in Reflexões sobre moda).
É
impressionante a quantidade de demandas referentes ao comportamento social e às
vestimentas de funcionários e as dificuldades que possuem chefes e funcionários
dos recursos humanos em abordar o tema.
Por
isso dediquei algum tempo de estudos e essas breves linhas para tratar o tema.
Em
minhas pesquisas, encontrei blogs de moda que davam dicas sobre a forma de se
vestir adequadamente para o trabalho e, de forma impressionante, todos eles
diziam que o que deve prevalecer é a inteligência, não seu corpo. Discordo. Sou
adepta ao equilíbrio.
Aprendi
com uma psicoterapeuta comportamental que o belo chama a atenção, assim como os
contrastes. Portanto, não é preciso anular-se fisicamente no ambiente de
trabalho para que seu viés intelectual seja reconhecido.
O
equilíbrio entre um profissional dedicado, estudioso, pesquisador, inovador e
que cuida de sua aparência é a porta de entrada para uma carreira de sucesso.
Você
é o cartão de visitas de sua organização. De que adiantaria estar com um trabalho
maravilhoso, mas apresentar-se diante dos chefes e dos clientes para a
apresentação do seu produto com os cabelos oleosos, malcheiroso, roupas amarrotadas,
esmaltes descascados. O descrédito em relação à sua pessoa, ou persona, estaria estabelecido. Até mesmo
a qualidade do seu trabalho será questionada.
Da
mesma forma, apresentar-se impecavelmente arrumada, mas com um trabalho
lastimável não trará resultados à organização e por consequência à sua carreira.
E,
por fim, nosso gargalo: a utilização de peças que ultrapassam a sensualidade,
no ambiente de trabalho. Pessoas que se vestem dessa forma causam grandes
transtornos, inclusive tendo que passar pelo constrangimento de ser convidada a
apresentar-se com vestimentas mais adequadas na organização.
Helena
Frith Powel, no livro “A elegância e os segredos da mulher francesa, dois
batons e um amante”, revela-nos que "...
sensualidade, como qualquer mulher francesa lhe dirá, não é revelar
tudo...". Já Helena Perim Costa
foi mais enfática na segunda edição de seu Guia de elegância de uma reles
mortal e alertou: "...fique muito
atenta a esses modelos conceituais, exagerados e extravagantes, porque você
acha que está muito sexy, mas na verdade está mesmo é patética. Como diz meu
amigo italiano chiquérrimo: a ostentação é irmã da vulgaridade...".
Então,
nada como o velho equilíbrio. Não é necessário vestir uma burca, mas o
equilíbrio entre as peças, a combinação de cores e os acessórios é, sem dúvida,
muito importante.
Você
não precisa abrir mão da sua personalidade no que tange ao modo de vestir, mas
deve adequar-se ao estilo da organização e não perder de vista o bom gosto e o
bom senso. Então, deixe para externar a sua criatividade de outra forma, não
precisa usar num mesmo dia a calça pantalona verde com aquela camisa laranja
que você ama, a sandália rasteira azul e aquele mega colar de sementes que
ganhou de uma amiga hippie.
Itens
como a sandália rasteira, o mega colar de sementes e peças curtas (minissaias e
shorts), transparências, decotes e fendas profundas devem ser deixados para
compor o look dos finais de semana.
Para as mulheres que não podem ou não gostam de saltos altos, as sapatilhas não
deixam nada a desejar no quesito elegância.
Ter
e manter um estilo é muito importante, vem com o amadurecimento da
personalidade de cada um de nós. O conforto não deve ser deixado de lado,
especialmente quando tratamos de trajes para o dia a dia no trabalho. O segredo
é entender a persona de sua
organização e adicionar mais esse quesito no momento de escolher a roupa com a
qual irá se apresentar para mais um dia de trabalho.
Mas
não é só isso, os mais famosos estilistas da alta costura no mundo como Dior e
Chanel já preconizavam que a elegância não está ligada somente à forma como
você se veste, mas como você se comporta.
Hoje
está muito em voga discussões acerca da ética que deriva de uma boa educação. Assim,
além de vestir-se adequadamente ao seu trabalho é imprescindível tratar a todos
com cortesia e respeito.
Chamar
as pessoas pelo nome, usar as palavras mágicas: "bom dia", "boa
tarde", "boa noite", "desculpe", "com
licença", "por favor" e "obrigada" é um requisito da elegância.
E, se você quiser partir para a extrema elegância, eis um segredo: trate a
todos com igualdade.
Quer
ser chique? Pratique a cortesia. Quer ser elegante? Trate as pessoas com
respeito.
A
elegância não está relacionada somente com a forma como a pessoa se veste, mas
como ela se porta diante da sociedade em que vive.
O traje nos faz adequados ao ambiente, mas o nosso caráter é o que nos define elegantes.
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